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Transcendência



Hoje, gostaria de escrever sobre a Transcendência.

Transcender aponta para algo que está além do mundo material, refere-se aos fenômenos

de natureza.


Tem origem na palavra latina "trancendere", que significa ultrapassar.

Ou seja, estamos falando aqui de uma realidade que nos impulsiona a superar tudo o que

nos aprisiona, com o propósito da nossa elevação como seres humanos.

Gosto de pensar que transcender também é o desejo em romper nossos limites construindo

e alcançando o Novo. Desde muito tempo, tentamos enquanto ser humano nos

conectarmos com uma dimensão maior que é a espiritualidade.

Nossos ancestrais, procuravam entender os fenômenos da natureza, como a chuva, os

ventos, o fogo, o sol e buscavam uma ligação com o Divino.


A partir disso, surgiram muitas crenças, mitos, ritos e religiões pelo mundo afora.

As indagações das mais diversas ocuparam os nossos pensamentos uma imensa

quantidade de assuntos ligados a espiritualidade passou pela nossa Consciência Coletiva.

Perguntas antigas que ainda nos ajudam a pensar sobre o nosso dia a dia e nossa

existência no mundo.


Tais como:

Qual o sentido da vida?

Qual o nosso papel neste mundo?

Quem somos nós?


São indagações que provocam nossas mentes, podendo nos deixar ainda nos dias de hoje

sem uma resposta clara e objetiva.

De acordo com a cultura, o meio social, algumas pessoas assumem para si crenças

limitantes, exemplo:


Faça o que eu faço, mas não mereço o melhor.


A vida é um sacrifício. (Isso, por vezes, é vinculado, a religião judaico-cristã)

Entre muitas outras crenças, poderíamos ficar citando muitas crenças.

Com isso, algumas pessoas correm para a religião na busca de uma resposta, que, às

vezes, nos leva a confundir com a espiritualidade

Toda religião está impregnada por crenças e dogmas, regras e deveres, tem a ver com a

religiosidade


A espiritualidade é livre, absolutamente livre, e por ser livre entende-se que se relaciona

com a transcendência.


Jung, em seu livro “Natureza da Psique “, define a função transcendente como “união de

conteúdos conscientes e inconscientes”. Isto é, a totalidade psíquica.

Essa união resulta na mudança do centro organizador da psique, deixando de ser o Ego o

centro organizador e passando a ser o que Jung chamou de si mesmo, de Self, o centro

organizador da nossa totalidade psíquica.


Então, quando o ego deixa de estar no centro da consciência e caminha ao encontro do

self, do seu si mesmo, estabelece o equilíbrio entre o mundo externo (ego) e o interno, si

–mesmo, que diríamos o eixo ego-self. É quando se constrói o equilíbrio entre eles.

Com isso, o autoconhecimento se faz muito importante nesse processo.

Porque é válido dizer que esse processo se dá através do autoconhecimento que nos leva a

auto realização.


Podemos pensar que onde o amor impera, a realidade do self, não há desejo de poder, isto

é, não é o ego que comanda;

E onde o poder predomina, há falta de amor.

Quem olha para fora sonha, (ego), quem olha para dentro desperta (self).

Por exemplo:

Uns sapatos que ficam bem numa pessoa são pequenos para uma outra;


Não existe uma receita para a vida que sirva para todos.

Quanto mais nos aprofundamos no conhecimento de nós mesmos como um todo, mais nos

tornamos conscientes de nossa totalidade.

Ao integrarmos a nossa psique, as nossas sombras, os nossos opostos mais nos

aproximamos desse SELF, desse outro centro mais profundo da consciência.

É um processo.


Mas quando paramos para pensar que dentro de cada um nós, EXISTE um aspecto inato,

uma característica nossa, um impulso por transcender, superar as adversidades e isso é

para mim espiritualidade.


Contudo, o ego quando ainda não está no caminho da individuação, segundo Jung, ao

encontro do si mesmo, para uma integração com todas as nossas diferentes camadas,

sombras, enfim ele não quer perder a identidade, pois é como ele funciona. Isso é uma

característica do ego.


Termino o texto com uma frase de Jung que gosto muito: "A questão não é atingir a

perfeição, mas sim a totalidade”.

Muita Paz.

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